Futilidades (ou os dias em que eu não quero ser eu mesmo).

Eu passei por uma semana extremadamente ressentido, me dei conta que as pessoas que eu amo me amam (e muito!), mas que essas mesmas pessoas que muito admiro, não nutrem a mesma admiração por mim, me senti bastante inútil e com náuseas. Isso tudo por ter muito tempo para pensar nestes últimos dias, o que me lembra de que não ando tendo grandes de perspectivas do que vem a seguir, a vida é triste. De uma forma que eu conheço bem. Desalento, meu velho amigo.

Mas existe minha grande válvula de escape, (e peço desculpa a todos os meus amigos intelectuais e a todos com quem já tive conversas sobre política, meio ambiente, direitos humanos e afins, aliás, peço que parem de ler por aqui), minha futilidade anda me salvando de mim mesmo. Não consigo ficar triste diante de minha constituição física bem vestida em frente a o espelho, me torno outra pessoa, posso ser muito mais seguro de mim com uma camiseta podrinha e um jeans apertado, coloco umas pulseiras e me sinto o próprio Thiago Pethit desfilando por São Paulo. Tenho também uns lenços dos grandões pra quando preciso subir muito a autoestima e sem falar do sentimento de coração quentinho quando duas peças que você nunca imaginou juntas nascem uma para outra e você é o altar que une o casamento. Não existe meditação no mundo que me acalme mais.

Ainda tem a música, que me poupa do meu mais do mesmo diário, não consigo ficar triste ouvindo Banda Uó nos fones de ouvido, a não ser que a situação esteja caótica, ai somente o funk carioca me tira da fossa, me julguem, mas meu dia fica mais feliz quando depois do Chico Buarque o suffle manda uma da Karol Conká, não dá pra conter o riso. Outro dia vi um garoto no metrô, ele estava descendo as escadas rolantes e com toda certeza ouvia alguma diva pop, ele não se importava com quem estava em volta, ele era a estrela do seu espetáculo intimo e único, me sinto aquele garoto às vezes.

Depois disso, tudo bem voltar a pensar na minha existência medíocre, na falta do grande amor, no destino do país e na conta do cartão de crédito, entre uma coisa e outra pode dar umas curtidas no Instagram e comer um bombom, porque ninguém é de ferro!

A vida às vezes pode ser feliz e eu às vezes posso colocar uma calça colorida e ser aquele garoto do metrô.